quinta-feira, 16 de abril de 2015

As 11 Cabeças degoladas


As 11 Cabeças, são eles:

1 - Lampião,
2 - Quinta Feira
3 - Maria Bonita
4 - Luiz Pedro
5 - Mergulhão
6 - Eletrico
7 - Caixa de Fosforo
8 - Enedina
9 - Cajarana
10 - Não Identificado
11 - Diferente.

Em 28 de julho de 1938 um dos coiteiros de Lampião “Pedro de Candido”, torturado pela polícia de Alagoas, acabou por entregar o esconderijo do bando.

O sol ainda não tinha nascido quando os estampidos ecoaram na Grota do Angico, na margem sergipana do Rio São Francisco. Depois de uma longa noite de tocaia, 48 soldados da polícia de Alagoas avançaram contra um bando de 35 cangaceiros. Apanhados de surpresa – muitos ainda dormiam -, os bandidos não tiveram chance. Combateram por apenas 15 minutos. Entre os onze mortos, o mais temido personagem que já cruzou os sertões do Nordeste: Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião.

A força volante, de maneira bastante desumana para os dias de hoje, mas seguindo o costume da época, decepou a cabeça de Lampião. Maria Bonita ainda estava viva, apesar de bastante ferida, quando foi degolada. Feito isso, salgaram as cabeças e as colocaram em latas de querosene, contendo aguardente e cal. Os corpos mutilados e ensanguentados foram deixados a céu aberto, atraindo urubus. Para evitar a disseminação de doenças, dias depois foi colocada creolina sobre os corpos. Como alguns urubus morreram intoxicados por creolina, este fato ajudou a difundir a crença de que eles haviam sido envenenados antes do ataque, com alimentos entregues pelo coiteiro traidor.Era o fim da incrível história de um menino que nasceu no sertão pernambucano e se transformou no mais forte símbolo do cangaço.

Destemido, comandava invasões a sítios, fazendas e até cidades. Dinheiro, prataria, animais, jóias e quaisquer objetos de valor eram levados pelo bando. A situação chegou a tal ponto que, em agosto de 1930, o Governo da Bahia espalhou um cartaz oferecendo uma recompensa de 50 contos de réis para quem entregasse, “de qualquer modo, o famigerado bandido”. “Seria algo como 200 mil reais hoje em dia”, Foram necessários oito anos de perseguições e confrontos pela caatinga até que Lampião e seu bando fossem mortos.
Essa incrível história de luta no sertão do nordeste é até hoje lembrado e contado por muitas pessoas.

 Juntamente com as 11 cabeças dos cangaceiros mortos, alguns pertences foram recolhidos no local. A pedido das famílisa dos cangaceiros, em 1969, as cabeças de Lampião, Maria Bonita, que estavam no Museu Nina Rodrigues, Salvador (BA), foram enterradas.

“Coito com uma entrada só é cova de defunto”.

Palavras de Corisco

Lampião e seu bando



Entre o final do século XIX e começo do XX (início da República), surgiu, no nordeste brasileiro, grupos de homens armados conhecidos como cangaceiros. Estes grupos apareceram em função, principalmente, das péssimas condições sociais da região nordestina. O latifúndio, que concentrava terra e renda nas mãos dos fazendeiros, deixava as margens da sociedade a maioria da população. 

Entendendo o cangaço

Portanto, podemos entender o cangaço como um fenômeno social, caracterizado por atitudes violentas por parte dos cangaceiros. Estes, que andavam em bandos armados, espalhavam o medo pelo sertão nordestino. Promoviam saques a fazendas, atacavam comboios e chegavam a seqüestrar fazendeiros para obtenção de resgates. Aqueles que respeitavam e acatavam as ordens dos cangaceiros não sofriam, pelo contrário, eram muitas vezes ajudados. Esta atitude, fez com que os cangaceiros fossem respeitados e até mesmo admirados por parte da população da época.

Os cangaceiros não moravam em locais fixos. Possuíam uma vida nômade, ou seja, viviam em movimento, indo de uma cidade para outra. Ao chegarem nas cidades pediam recursos e ajuda aos moradores locais. Aos que se recusavam a ajudar o bando, sobrava a violência. 

Como não seguiam as leis estabelecidas pelo governo, eram perseguidos constantemente pelos policiais. Usavam roupas e chapéus de couro para protegerem os corpos, durante as fugas, da vegetação cheia de espinhos da caatinga. Além desse recurso da vestimenta, usavam todos os conhecimentos que possuíam sobre o território nordestino (fontes de água, ervas, tipos de solo e vegetação) para fugirem ou obterem esconderijos. 

Existiram diversos bandos de cangaceiros. Porém, o mais conhecido e temido da época foi o comandado por Lampião (Virgulino Ferreira da Silva), também conhecido pelo apelido de “Rei do Cangaço”. O bando de Lampião atuou pelo sertão nordestino durante as décadas de 1920 e 1930. Morreu numa emboscada armada por uma volante, junto com a mulher Maria Bonita e outros cangaceiros, em 29 de julho de 1938. Tiveram suas cabeças decepadas e expostas em locais públicos, pois o governo queria assustar e desestimular esta prática na região. 

Depois do fim do bando de Lampião, os outros grupos de cangaceiros, já enfraquecidos, foram se desarticulando até terminarem de vez ,no final da década de 1930.

quarta-feira, 15 de abril de 2015


Lampião e Maria Bonita

 

Virgulino Ferreira da Silva  - Lampião

conhecido popularmente pelo apelido de Lampião, foi o principal e mais conhecido cangaceiro brasileiro. Nasceu na cidade de Serra Talhada (PE) em 7 de julho de 1898 e faleceu em Poço Redondo (SE) em 28 de julho de 1938. Ficou conhecido como o "rei do Cangaço".

Biografia resumida:

Nasceu numa família de classe média baixa, trabalhou com o pai, na infância e parte da adolescência, cuidando de gado, trabalhou também com transporte de mercadorias em longa distância, utilizando burros como meio de transporte de carga.


Envolveu-se em brigas familiares na juventude e entrou para um bando de cangaceiros para vingar a morte do pai, em 1922, passou a comandar um bando de cangaceiros, em 1923, seu bando efetuou assalto a casa da baronesa de Água Branca (AL) Em junho de 1927, Lampião comandou seus homens na fracassada tentativa de tomar a cidade de Mossoró (RN). Chegaram nesta ocasião a sequestrar o coronel Antônio Gurgel, Na década de 1930, Lampião e seu bando passou a ser procurado por policiais de vários estados do Nordeste. O bando passou a viver de saques a fazendas e doações forçadas de comerciantes.

- Em 1930, conheceu Maria Déia (Maria Bonita) que ingressou no bando, tornando-se mulher de Lampião. Em 1932 nasceu a filha do casal, Expedita Ferreira,  Em 27 de julho de 1938, Lampião e vários cangaceiros do bando estavam na fazenda Angicos, sertão de Sergipe, quando foram mortos por policiais da volante do tenente João Bezerra.

Curiosidades:

- Lampião também trabalhou, até os 20 anos de idade, como artesão, Lampião, ao contrário da maioria dos cangaceiros da época, era alfabetizado , Existem várias lendas que explicam a origem do apelido "Lampião". Uma das mais conhecidas diz que seus companheiros de cangaço deram esse apelido, pois ele atirava tão rápido (como se fossse uma metralhadora) que a ponta de seu fuzil ficava vermelha, parecendo um lampião.

- Lampião apresentava problema de visão e, por isso, usava óculos para leitura.

Maria Gomes de Oliveira - Maria Bonita

Maria Gomes de Oliveira, mais conhecida pelo apelido de Maria Bonita, foi uma integrante de um grupo de cangaceiros, liderado por Lampião (rei do Cangaço).

Foi mulher, embora não casada oficialmente, de Lampião. É considerada a primeira mulher cangaceira do Brasil.

Maria Bonita nasceu no dia 8 de março de 1911 no município de Paulo Afonso (norte do estado da Bahia). Viveu sua infância e adolescência no sítio dos pais. Adulta, resolveu aceitar o convite de Lampião para fazer parte de seu bando de cangaceiros, Teve coragem e resistência para enfrentar todos os tipos de dificuldades da vida no cangaço, durante oito anos. 

Maria Bonita e Lampião tiveram apenas uma filha, Expedita. 

Maria Bonita morreu na cidade de Poço Redondo (Sergipe) degolada, no dia 28 de julho de 1938, após ser capturada por policiais da volante junto com Lampião e outros cangaceiros do bando.